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Do Alto da Torre
Do Alto da Torre

Casa agitada

Arquivo Geral

19/09/2018 7h00

Atualizada 18/09/2018 22h36

Depois de dias de marasmo, a Câmara Legislativa do DF voltou a registrar alguma atividade relevante. Mais de uma dezena de deputados deram o ar da graça para algumas votações e, entre derrubada a vetos e análise de projetos de lei, o clima esquentou no plenário e nas galerias entre Robério Negreiros (PSD, foto) e membros do Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo (Sindical).

Caiu na net

O distrital reproduziu um áudio em que o vice-presidente da entidade, Átila Vinícius de Carvalho, pede instruções para distribuição de material publicitário contra Negreiros. Influente, o deputado ficou sabendo que, no último domingo, o gabinete do sindicalista, no quarto andar da Casa, apareceu lacrado pela Polícia Legislativa. Ontem, um computador foi apreendido do local e levado para perícia. Houve bastante bate-boca também na entrada do plenário.

O infiltrado
A turma do Sindical alega que Negreiros infiltrou funcionários dele no sindicato e acusa Robério de ter invadido uma assembleia realizada no auditório da Câmara. O presidente da entidade, Jeizon Silvério, acusa o deputado até de ter ligado para ele de madrugada para ameaçá-lo. “Ele descobriu que conversávamos sobre uma arte do sindicato, feita pelos profissionais contratados pelo sindicato. Convocamos uma assembleia geral e ele convocou funcionários dele para fazerem uma devassa e gravar imagens sem nossa autorização”, esbraveja Jeizon.

Concurso polêmico

O motivo de tanta contraposição entre as partes foi o posicionamento de Robério Negreiros, segundo secretário da Casa, pela suspensão do concurso da CLDF, previsto para este mês. O deputado alega que a contratação dos novos servidores ameaçaria as finanças da Câmara e poderia inviabilizar a futura gestão, por desrespeitar a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

Pode ou não pode

O Sindical, no entanto, afirma que o verdadeiro propósito de Negreiros é se beneficiar de mais terceirizações por “gerar riqueza à base de mão de obra precária”. “A validade do concurso é de quatro anos, então se extrapolar a LRF, tanto a lei quanto o edital garantem que pode haver reagendamento das nomeações, então é uma falácia. O próprio concurso se garante quanto a isso”, defende o presidente do Sindical, Jeizon Silvério

Nem contra, nem a favor

O deputado Robério garante que não é contra a realização do concurso e que apenas cumpre sua função como segundo secretário. “Estão fazendo um uso politiqueiro do sindicato para atacar parlamentares que vêm do setor produtivo”, defende-se. Ele diz estar preocupado que não usem a estrutura sindical para propagar ‘fake news’ e vai entrar com representação contra o vice-presidente do Sindical e o presidente, por difamação e injúria. Robério também afirma que nunca ameaçou ninguém e que apenas age “dentro do rito da legalidade”. E diz não ser contra o concurso por reconhecer que existe defasagem de servidores – cerca de 400 – na Casa.

Surfando

Em meio a toda a celeuma, emergiu Agaciel Maia (PR), depois de a poeira baixar. Assim que os sindicalistas deixaram a galeria e ocuparam os corredores da entrada do foyer, ele chegou para a sessão e deu de cara com os dirigentes da entidade. Antigo desafeto de Robério, a quem já chamou de traidor por conta de votações na Casa – e recebeu a resposta na forma de xingamentos, como parlapatão –, Maia falou pouco, mas falou bonito (para os sindicalistas exaltados que ali estavam). “Eu sou servidor sindicalista e estou sempre do lado de vocês”. Foi muito aplaudido e saiu sorrindo. O período de eleições é maravilhoso.

Déjà Vu?

Os pedetistas de Brasília têm comentado sobre as recentes pesquisas de intenção de voto que colocam Fernando Haddad (PT) como segunda força consolidada das eleições presidenciais. O maior projeto do PDT para o ano era eleger Ciro Gomes ao Planalto, estratégia que custou quase todo o capital político do partido no DF, por exemplo, portanto o enfraquecimento de Ciro é um duro golpe. Eles lembram que o grande ícone da legenda, Leonel Brizola, sofreu com uma situação parecida em 1989. Na época, as pesquisas apontavam que o pedetista estava praticamente assegurado no segundo turno para enfrentar Fernando Collor. Lula, porém, surpreendeu e tomou a posição de Brizola. Como é aquele ditado mesmo? “A História ajuda-nos a evitar erros do passado”. Pois é, alguém andou lendo pouco.

Urna lacrada

Em meio a tanta polêmica sobre a segurança das urnas eletrônicas, o Tribunal Regional Eleitoral do DF (TRE-DF) anunciou que começa hoje a lacrar as urnas que serão utilizadas no primeiro turno. Segundo o Tribunal, o procedimento público acontecerá em um galpão no Setor de Garagens Oficiais Norte (SGON, Quadra 01 – Lotes 40,50 e 60) e será “acompanhado por Juízes Eleitorais, representantes do Ministério Público Eleitoral, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e servidores da Justiça Eleitoral”. É para ninguém depois dizer que perdeu porque a contagem não foi bem feita.

Leite derramado

A ascensão de Leila do Vôlei (PSB) nas pesquisas para o Senado escanteou um personagem que, no começo, estava bastante confiante: Chico Leite (Rede). Quando o outro nome da chapa era Leany Lemos (PSB), o candidato da Rede figurou em segundo lugar nos levantamentos de pré-campanha. Em conversas com outros deputados da base, Leite disse que se surpreendeu com o desempenho de Leila e deu a entender que não compreendia a grande penetração da colega/adversária. Os políticos vivem dizendo, mas parece que eles mesmos não acreditam. Política é que nem nuvem.

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