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Do Alto da Torre
Do Alto da Torre

Caneta sem tinta

Arquivo Geral

22/11/2016 7h00

Talvez a caneta do Palácio do Buriti não tenha tinta suficiente para escrever o nome do futuro presidente da Câmara Legislativa. Parlamentares da base, da oposição e da ala dos descontentes apontam uma razão para a desventura potencial: falta de credibilidade. Deputados se queixam do descumprimento de promessas seladas pelo governador Rodrigo Rollemberg (PSB) e pela equipe de governo. O traço do Executivo perde ainda mais força em função do histórico do problema. Compromissos esquecidos não são uma novidade. Os casos remontam ainda de 2015.

Novo desenho

O movimento do GDF em busca de votos para a presidência da Câmara será para um futuro não muito distante. O governador e a cúpula do Buriti têm plena consciência das fragilidades e potencialidades da gestão até o momento. E, por isso, estudam uma reformulação política e também administrativa do governo para o começo de 2017. Agora, os parlamentares vão confiar na palavra do Buriti depois de tantas magoas e percalços? Em reservado, alguns dizem, sem cerimônia: não.

Outro lado

Agora, justiça seja feita. Se a Câmara tem motivos para nutrir ressalvas contra Rollemberg, o mesmo pode ser dito do GDF em relação aos distritais. Quantos parlamentares da base realmente saem em defesa do Buriti? Na CPI da Saúde, o governo vem sofrendo desgaste político constante. E são raros os movimentos dos parlamentares governistas para expor a versão do Buriti sobre os temas investigados. No entanto, como neste momento o tabuleiro depende dos votos dos 24 distritais, a Casa está em vantagem na correlação de forças.

Falando de CPI

A CPI foi prorrogada realmente prorrogada. Votaram a favor da extensão dos trabalhos por 90 dias o presidente da comissão, deputado Wellington Luiz (PMDB), o relator, Lira (PHS), o líder do PT na Casa, Wasny de Roure, e Robério Negreiros (PSDB).

Ponte aérea (parcialmente) negada

O deputado distrital Bispo Renato (PR) elaborou um projeto de lei para proibir o gasto de dinheiro público brasiliense com passagens aéreas de primeira classe e na classe executiva. Se aprovado pelo plenário sem alterações, o texto valerá para Executivo, Legislativo e Judiciário. No entanto, o projeto não impõem limites para os gastos públicos com passagens econômicas. Nos últimos dois anos, GDF e Câmara têm gastado um volume expressivo de dinheiro público com viagens internacionais, sem apresentar os resultados destes embarques e desembarques para os dramas da população. Por isso, o texto levanta a discussão, mas ainda está longe de ser a solução definitiva do problema.

Irresponsabilidade fiscal

“A compra de passagens aéreas na primeira classe e na classe executiva, certamente, é um dos exemplos clássicos de irresponsabilidade fiscal. Em vez de viajar na classe econômica, poupando os recursos dos cidadãos, servidores e empregados públicos – além, é claro, dos agentes políticos – têm a desfaçatez de torrar o dinheiro do contribuinte com a compra de passagens na primeira classe e na classe executiva”, escreveu o parlamentar no projeto.

Ornitologia

Tucanos sobrevoam a EPTG. Neste caso, não se tratam dos políticos. Nos últimos dias, motoristas e passageiros têm visto as aves pouco antes do Setor de Indústria e Abastecimento, no sentido Taguatinga para o Plano Piloto.

Audiência sobre a federalização da segurança

O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, participa hoje de uma audiência pública sobre a federalização da segurança pública do DF, promovida pelo deputado federal Laerte Bessa (PR-DF). “Vamos apresentar os números do Fundo Constitucional ao ministro e ouvi-lo. O que não dá é para continuar nessa situação terrível em que o DF está”, conta o parlamentar. Crítico ferrenho da gestão Rollemberg, Bessa encampa a transferência do comando das forças de segurança para as mãos do Palácio do Planalto.

Ponto da crise

O ponto de ônibus diante do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços transformou-se em residência. Um morador de rua instalou-se ali há duas semanas, em um saco de dormir amarelo, que é dobrado à noite e colocado sobre os bancos que, em tese, deveriam atender aos usuários do transporte público. O novo morador passa o dia por ali e, à noite, desdobra o saco de dormir e uma barraca que é armada por cima. Este fim de semana recebeu visitas: um idoso e um cidadão meio alterado, que falava alto e importunava quem passasse por ali. Pode isso?

Guerra fiscal

Embalado pela audiência pública realizada a seu pedido semana passada na Câmara, o deputado Izalci Lucas (PSDB), promoveu ontem um encontro entre o Ministério Público, a Secretaria de Fazenda do DF e lideranças do setor produtivo, para tratar do grande número de empresas que têm deixado o DF nos últimos anos. “Temos que sentar todas as partes interessadas neste assunto para encontrar uma saída. O que não pode é o DF continuar sendo vítima da guerra fiscal praticada pelos estados e não ter uma estratégia para defender os empregos dos brasilienses”, explica Izalci. Uma nova reunião foi marcada para a próxima semana.

Peraí, deputado!

Em nota distribuída à imprensa, o deputado distrital Lira (PHS) anuncia a prorrogação dos trabalhos na CPI da Saúde. Chama a atenção o título: “Lira prorroga CPI da Saúde por 90 dias”. Como se dependesse apenas de decisão dele.

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