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Do Alto da Torre
Do Alto da Torre

Briga de foice

Arquivo Geral

01/08/2018 7h00

Atualizada 31/07/2018 22h47

Irritado com o MDB, em especial com Ibaneis Rocha, a quem chama de “sem voto”, e Tadeu Filippelli, com quem diz estar decepcionado, Alberto Fraga (DEM, na foto) se lançou ao Buriti com a bênção de Jofran Frejat (PR). Izalci Lucas (PSDB), antes convicto da tentativa de ser governador, reconheceu a dificuldade de bancar candidatura própria e aceitou ser postulante ao Senado na nova composição.

Eu primeiro
Fraga lembra sempre que já foi testado pelas urnas com sucesso – foi o deputado federal mais votado em 2014 – e não aceita ser preterido por Ibaneis, que disputa seu primeiro pleito. Durante a reunião na casa do ex-presidente da OAB, na madrugada de ontem, com a presença do ex-governador José Roberto Arruda, o grupo do PR, DEM e PP defendeu a candidatura do deputado federal com Ibaneis de vice, mas o advogado bateu o pé sobre querer o cargo principal. Houve discussão para lá de acalorada.

Velha política
Fraga culpa Ibaneis pela cisão e por ter “destruído um projeto de dois anos”, enquanto o ex-presidente da OAB-DF rebate afirmando que Fraga não é um candidato qualificado para ganhar seu apoio na corrida pelo Buriti. “Não consigo me colocar à disposição para ser vice de uma pessoa que traz os vícios da política”, critica o advogado, que garante colocar o nome nas urnas.

CEP: 666
Ibaneis vai além e afirma que o suposto demônio citado por Frejat ao desistir do pleito era Arruda. “Agora, ele tem uma chapa com CPF e CEP dele. E ela identifica um grupo político da cidade que tem de ser respeitado, mas que são defensores do Arruda. Se é bom ou ruim, as urnas vão dizer”, desafia o pré-candidato ao Buriti pelo MDB.

Fofoca proporcional
O grupo de Fraga diz que quer o PP ao lado, mas o presidente da sigla, Rôney Nemer, garante não existir qualquer movimento nesse sentido. Alexandre Bispo, presidente regional do PR, por outro lado, assegura existirem “negociações avançadas” para consolidar o movimento. Duas mulheres enchem os olhos da chapa recém-lançada, e pelos motivos certos. Eles querem Anna Christina Kubitschek como vice de Fraga e Celina Leão para reforçar a nominata para federal. “A manobra do Filippelli (de montar a própria chapa) matou a Celina”, provoca Fraga.

Há há ha
Filippelli, ao ouvir a opinião do deputado do DEM, gargalhou. “Esse Fraga não aprende a fazer política? Tanto Fraga quanto Izalci não se atentaram a seus partidos e não têm nominatas para distrital e federal. Agora estão tentando condenar todas as coligações”, desdenhou o ex-vice-governador do DF.

Por mim…
Paulo Octávio, por sua vez, disse que o nome da mulher estava à disposição em caso de necessidade e não era imposição. Segundo ele, como não houve consenso quanto ao assunto e a cisão aconteceu, ela não vai mais ser a vice de Ibaneis. Sobre ela ir para o palanque de Fraga, ele foi pragmático: “só há possibilidade se o PP coligar com eles”. Ou seja, ela pode ser vic e de Frejat, mas não pode ser vice de Ibaneis.

Não é Bolsonaro?
O presidente nacional do PSDB e candidato ao Palácio do Planalto Geraldo Alckmin (PSDB) soube da nova coligação do partido no DF ao chegar para uma palestra para jovens na Casa do Saber, em São Paulo. “Isso está conformado ou é uma nota da imprensa?”, questionou. Com duas ligações dos assessores, a informação foi sacramentada. No mesmo instante o tucano lançou uma segunda pergunta: “Mas Fraga não é Bolsonaro?”.

Ringue
Do ponto de vista da coordenação de campanha de Alckmin, o candidato Jair Bolsonaro (PSL) é o rival a ser batido no DF. Para o PSDB nacional, uma coisa é Izalci conseguir que Fraga apoie Alckmin retirando o palanque de Bolsonaro. Isso seria ótimo. Mas outra coisa é participar de uma composição em que o PSDB apoie o principal adversário está fora de cogitação. Para que a nova coligação não seja alvejada nacionalmente, Izalci precisa sanar as duvidas rapidamente.

Memória
O tucanato julga que Alckmin só terá condições de chegar no segundo turno se devorar os votos de Bolsonaro. Neste contexto, a equipe de campanha se lembrou da infelicidade de uma coligação semelhante nos idos de 2006 na Bahia. Por questões regionais, o PSDB deu um apoio branco à candidatura de Jacques Wagner (PT) tendo como elo a candidatura ao Senado de Antônio José Imbassahy (PSDB). Os tucanos buscavam justamente eleger Alckmin para o Planalto. O movimento tinha tudo para dar errado… E foi uma fiasco mesmo. A votação foi pífia.

Em nome de Salomão
Questionado sobre qual seria o posicionamento nacional da chapa, Fraga respondeu: “Nós vamos buscar uma solução salomônica. Minha amizade com Bolsonaro é sanguínea. Somos amigos há mais de 40 anos. Vamos buscar uma solução, obviamente, consultando o partido”. Neste caso, ter a sabedoria de Salomão será o ponto de curva entre o sucesso e o fracasso do movimento. Em tempo, Izalci Lucas é presidente provisório do PSDB.

Santo Frejat
Jofran Frejat (PR) não participou das articulações para a nova chapa de Fraga com Izalci, mas acena positivamente para o movimento. “Se meu partido está apoiando, como soldado do partido estarei fazendo o mesmo. Me dou bem com todos eles. Evidentemente, Fraga é uma homem com mandato, tem experiência, fazia parte do grupo que estava me apoiando, por isso, não vejo nenhum empecilho para que ele possa ser candidato e que possa fazer um bom governo”, abençoou.

Divisão
Fugindo de demônios inominados e pregando a união da oposição, Frejat sacrificou a própria candidatura ao GDF, apesar de ser líder das pesquisas. “Esta divisão ainda persiste. E é um equivoco. Já tem 10 candidaturas, não é mesmo? Isso não é bom. Ao invés de juntar, aglutinar, a gente continua a se dividir. Qual é o objetivo dela? É para forçar um segundo turno? Que negociações podem ser essas? São perguntas no ar. Agora sabemos que eu não era o motivo da divisão. Lamento muito. Estou dormindo em paz todas as noites”, come

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