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Do Alto da Torre
Do Alto da Torre

Bicadas paulistanas

Arquivo Geral

22/01/2018 7h00

Atualizada 21/01/2018 22h40

Os tucanos paulistas querem manter o deputado federal Izalci Lucas à frente do Diretório Regional do PSDB no DF. Mesmo sem eleições diretas para o comando brasiliense da sigla. Do ponto de vista de personagens próximos ao governador Geraldo Alckmin, o governo Rollemberg (PSB) está nomeando filiados da legenda exclusivamente para o projeto de reeleição do governador para o Buriti. O apoio na cruzada tucana para o Palácio do Planalto é nulo. Neste xadrez, a intervenção de Izalci é uma jogada defensiva do tucanato da pauliceia.

Prego no angu

Nada disso significa que a posição de Izalci Lucas seja firme. Ele mantém seu controle sobre o comando regional do partido mediante sucessivas prorrogações de comissão provisória constituída à sua imagem e semelhança. Isso não representa segurança, antes muito pelo contrário. À falta de alternativas, porém, vai-se ficando.

Superproblemas

As mudanças na estrutura da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) mal começaram e já foram rejeitadas pelos membros da corporação. As trocas de mensagens entre os servidores da polícia não param desde o anúncio de criação de duas superdelegacias. A maior crítica é quanto ao atual corpo da polícia. Com quatro mil policiais a menos, as centrais de flagrantes têm funcionado com quatro agentes, quando deveriam ter seis. Desde 2016, 21 das 31 delegacias do DF deixaram de funcionar entre 19h e 12h do dia seguinte por falta de equipe. Do último concurso da PCDF, 217 agentes aprovados aguardam serem chamados, mas sem previsão por parte do governo, que, em vez disso, sugere fazer um novo concurso. Para um novo trâmite, a demora é de cerca de dois anos. Muitos alegam que Rodrigo Rollemberg não valorizou a polícia e agora criou as superdelegacias para fazer política.

Desconfiança

A preocupação já chegou na Câmara Legislativa. Políticos da bancada de segurança da Casa apostam que a direção-geral da PCDF e o GDF terão de “rebolar” para provar que não há interesses pessoais por trás da criação das novas coordenações e da promoções de policiais. Um dos receios é quanto ao número de policiais que os núcleos precisarão. A PCDF ainda não detalhou qual será a estrutura, mas a chance de realocar policiais para fazer as superdelegacias funcionarem poderia deixar o serviço à população desamparado. “Por exemplo, tinha a Decap que funcionava bem. A Deco também. Qual era a necessidade de mexer nisso? O que urge para fazer essa alteração, se não houve investimento na estrutura atual da polícia, não tem efetivo suficiente, se os policiais estão trabalhando desmotivados, sem equipamento? Algo de estranho.” Wellington Luiz (PMDB).

Peregrinação

A Cidade Estrutural e o Itapoã não têm delegacias. Para comunicar um crime, os moradores da Estrutural precisam ir ao Setor Complementar de Indústria e Abastecimento (SCIA) e a população do Itapoã tem que ir até o Paranoá. As duas fecham às 19h e só abrem depois do meio dia do dia seguinte. Não tem agentes e escrivães suficientes.

Dois por um

O ano que passou foi tempo de crise hídrica e o racionamento entrou com tudo no vocabulário do brasiliense. Na CLDF, a Frente Parlamentar Ambientalista lançou a campanha institucional Água é Vida para incentivar a conservação e uso racional da água. Os distritais se preocuparam tanto em poupar a água que esqueceram da energia. Gastaram duas vezes mais energia do que economizaram de água. A conta de luz da Câmara Legislativa bateu os R$ 2.066.112,30, R$ 127 mil a mais do que a conta paga no ano passado.

A voz do povo

Já estão sendo colhidas as assinaturas para o 1º Projeto de Lei de Iniciativa Popular de Brasília, o Câmara+Barata. O projeto representará a voz do povo e será apoiado pelo Instituto de Fiscalização e Controle (IFC), junto com o Observatório Social de Brasília. De acordo com a Lei Orgânica do DF, são necessárias no mínimo 20 mil assinaturas, 1% do eleitorado do DF, para que o projeto siga para votação. Se aprovado, a promessa é de uma economia de 300 milhões por legislatura da CLDF, com a redução de gastos de verba indenizatória, verba de gabinete e publicidade institucional da Casa. Só tem um problema, a aprovação da redução dos gastos dos deputados distritais terá de passar pelo crivo dos próprios parlamentares.

Por trás das grades

O senador Hélio José (Pros-DF) e o distrital Raimundo Ribeiro (PPS) não perdem uma oportunidade. Durante reunião com moradores da região do Cruzeiro para discutir a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que obriga a retirada das grades que cercam os prédios residenciais da cidade, os dois distribuíram material de promoção política. Hélio pediu aos assessores que entregassem gibis sobre energia solar fotovoltaica. Já Raimundo Ribeiro foi mais formal. Entregou uma revista com o resumo do trabalho desenvolvido em 2017.

Em busca do novo

A reeleição de Rollemberg depende da capacidade de renovação do próprio. O governador foi eleito como novidade, mas por força das circunstâncias e de escolhas pessoais tornou-se mais do mesmo. Agora aliados de primeira hora julgam fundamental a retomada o projeto inicial. Rollemberg precisa se tornar o novo, seja para os olhos da população, dos servidores públicos e também do setor produtivo.

Dupla metamorfose

Existem duas metamorfoses possíveis para Rollemberg. Um caminho para o governador é compor com forças dotadas de uma expressiva capacidade de gestão e traquejo de político. Ou seja, fôlego para produção e jogo de cintura para articulações e composições. A segunda trilha é estritamente política. Cabe ao chefe de Buriti formar uma aliança com partidos com tons e nuances diferentes da chapa original de 2014. Mas não basta lotear pastas e empresas. A nova aliança precisa ter densidade política e a imagem clara de renovação.

Sarro de temer

O mais tradicional bloco de carnaval de Brasília, o Pacotão, decidiu poupar o governador Rodrigo Rollemberg. Por outro lado, aproveitou a infecção urinária e a cirurgia de próstata do presidente Michel Temer para eleger a marchinha do carnaval de 2018: Presidente Despirocado.

“Presidente Despirocado”:

Alô, Charles Preto, o que que há?!!

Esse ano tá difícil pra caraca

Esse golpista é muito chato!

Perde o pinto, mas não larga o mandato.

Vou festejar, vou festejar

O presidente agora vai despirocar

Ô da panela, ô da panela

Vai lá comprar um pinto novo pra Marcela

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