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Do Alto da Torre
Do Alto da Torre

Bem-vindo de volta, Rollemberg

Arquivo Geral

03/02/2017 7h00

A participação do governador Rodrigo Rollemberg na retomada dos trabalhos da Câmara Legislativa continua a repercutir no meio político. A postura e o discurso do chefe do Executivo despertam a lembrança do antigo Rollemberg, cujo estilo político fazia questão de valorizar o diálogo e a boa articulação. Bem diferente do perfil do governador nos últimos dois anos: monocrático e isolado. Se o movimento representar a retomada do jovem Rodrigo, e não for apenas um jogo de cena pelos holofotes e comissões da Câmara, pode significar uma nova fase no governo e nas relações com os deputados distritais. Com as devidas ressalvas, bem-vindo de volta, Rollemberg.

Mais amor, menos trator

Estava escrito em um cartaz ostentado na galeria da Câmara Legislativa, no dia da abertura do ano legislativo: “Mais amor, menos trator”. O recado foi direcionado ao governador Rodrigo Rollemberg, presença ilustre da primeira sessão de 2017.

Governança política

Um conselho político. É o que pretende criar o governador na nova estratégia de reeleição. Para dar espaço aos partidos e aos políticos, ele deve propor discussões sobre as questões mais emblemáticas da cidade. Esta não seria a primeira vez que Rollemberg tenta agrupar aliados. Todas as outras tentativas foram esvaziadas. Desta vez, é como se fosse uma governança política, a exemplo do colegiado que reúne os secretários mais importantes da gestão e que toma a maior parte das decisões estratégicas.

Carta desperdiçada

A cúpula do governo ainda não entende por que a inauguração do novo Aterro Sanitário do Distrito Federal não é vista como um gol de placa por parte da população e da opinião pública. De fato, trata-se de um grande e inegável avanço civilizatório. No entanto, existem três fatos que comprometem esta expectativa. Em primeiro lugar, o projeto não está completo. O nefasto Lixão da Estrutural ainda está aberto. Existe uma série de pendências para atender às determinações do Ministério Público. O segundo ponto é o atraso por parte de governos anteriores e da própria administração Rollemberg. Inicialmente, o governador prometeu a abertura do novo aterro em várias datas do ano passado. Não cumpriu a promessa. O próprio Jornal de Brasília noticiou várias vezes a falta de condições para a inauguração. Por fim, mas não menos importante, o Palácio do Buriti derrapou no timing. Lançou o aterro incompleto, no auge da crise do aumento das passagens do transporte coletivo. Com o bolso dolorido, não existe cidadão com disposição para qualquer tipo de aplauso. Uma notícia negativa quase sempre terá mais peso e repercussão do que uma positiva. O projeto deveria ser lançado um mês antes ou depois do aumento das passagens. Jamais no mesmo período.

Parceiros de jogo

A perda da cartada do Aterro Sanitário leva a outro tema delicado dentro do governo Rollemberg. A cúpula está cercada personagens habituados a bater palmas para qualquer decisão do primeiro escalão. Isto distorce a capacidade de leitura de cenários do governo. Simples assim. O bom parceiro de jogo avisa quando as cartas estão erradas e quando a estratégia está equivocada. Este tipo de postura não deveria ser encarada como rebeldia ou traição. Isso é comprometimento com o projeto.

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