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Do Alto da Torre
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Aliados do DF apostam: Bolsonaro sairá fortalecido

Arquivo Geral

07/09/2018 7h00

Atualizada 06/09/2018 23h28

Aliados de Bolsonaro no DF, General Paulo Chagas (PRP) e Alberto Fraga (DEM) convergiram ao opinar sobre a repercussão do atentado com faca contra o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), durante um ato de campanha em Juiz de Fora (MG), na tarde de ontem. Eles condenaram a atitude e opinaram que o candidato deve ganhar força eleitoral. “Acredito que seja um ato de fanatismo e não qualquer outra coisa. Se fizeram isso aí (um ato político), vão dar simplesmente a eleição para ele”, disse Fraga. Chagas foi além e classificou a tentativa de homicídio como “terrorismo”. “Com certeza, Bolsonaro sairá mais forte. A partir de agora ele vai usar colete à prova de bala. Mas tudo isso irá potencializar a liderança dele”, complementou o general.

Pedrosa, Rollemberg, Fraga, Ibaneis e Guerra crescem.

Conforme a última pesquisa do Datafolha, contratado pela Folha de S.Paulo em parceria com a TV Globo, Eliana Pedrosa (PROS) continua liderando as pesquisas induzidas de intenção de voto no DF, com 18%, três pontos percentuais a mais em relação à semana passada, seguida por Rodrigo Rollemberg (PSB), que cresceu um ponto, para atingir 15%. Como a margem de erro da pesquisa é de três pontos para mais ou para menos, eles estão tecnicamente empatados. Em quarto e quinto lugar do levantamento, Alberto Fraga (DEM) e Ibaneis (MDB) cresceram dois pontos cada. No caso de Fraga, ele atingiu 10% nas pesquisas, enquanto para Ibaneis o salto significou a duplicação de suas intenções de voto, alcançando 4%. Alexandre Guerra (NOVO) cresceu um ponto percentual e atingiu 3%.

Rosso e general desidratam

Rogério Rosso (PSD), com 12%, apesar de figurar em terceiro lugar e na cola dos líderes, perdeu um ponto de intenções de voto desde a semana passada. Com isso, Rosso só empata com a primeira colocada Eliana Pedrosa (PROS) no limite da margem de erro. O general Paulo Chagas (PRP), apesar de ter recebido o apoio de Jair Bolsonaro (PSL) com uma carreata esta semana, perdeu dois pontos percentuais de intenções de votos e caiu a 3%. Fátima Sousa (PSOL) e Miragaya (PT) estagnaram em 3%, enquanto Renan Rosa (PCO) e Guillen (PSTU) não pontuaram.

Senado embolado

Ainda segundo a pesquisa do Datafolha, a briga para o Senado está igualmente acirrada. Leila do Vôlei (PSB) aparece com 22%, Cristovam Buarque (PPS) com 21% e Izalci (PSDB) com 20%, portanto estão os três tecnicamente empatados. Os candidatos Chico Leite (Rede), com 14%, e Wasny (PT), com 9%, surgem em seguida, também tecnicamente empatados entre si.


Veto a memorial fortaleceu oposição

A decisão do governo Rodrigo Rollemberg de não construir o Memorial Democracia e Liberdade, em homenagem ao legado do ex-presidente João Goulart, gerou uma dissidência no PDT, que, hoje, encorpa a campanha do concorrente Ibaneis Rocha (MDB). Como o projeto não foi para frente, o filho de Jango, João Goulart Filho, um dos fundadores do PDT, deixou o partido junto à esposa, Verônica Goulart, e se filiaram ao nanico PPL, fundado há menos de 10 anos. Sabatinada ontem pela coluna, ela chamou as eleições de 2018 de as mais “antidemocráticas”, pelo modelo de campanha, criticou a composição “Bala, Bíblia e Boi” que domina o Congresso atual e prometeu atuar em prol de pautas progressistas para as mulheres, com foco no empreendedorismo. A entrevista na íntegra você confere na página oficial do Jornal de Brasília no Facebook.

Por que não tentar ser distrital antes de tentar ser federal?
O PPL é um partido pequeno que tenho a honra de fazer parte da legenda e estamos sob ameaça da (faz gesto de aspas) reforma política, por conta da cláusula de barreira. Todos os partidos – e isso para os pequenos é mais complicado – precisam fazer 1% de votos em nove estados e 1,5% em todo o Brasil, e o que contam são os votos para deputado federal. Não foi escolha minha, mas o partido entendeu que, pela minha luta ao lado do João Vicente (Goulart), sou um nome que nos ajudará a superar a cláusula de barreira. Essa é a eleição mais antidemocrática de todos os tempos, foi feita para privilegiar quem já é favorecido.

Com apenas três candidaturas de reeleição para a Câmara no DF, acha que está mais propício para essa renovação?
É o ano para aleger mais mulheres. Há um grande número de mulheres querendo espaço na Camara Federal. Só nós mulheres sabemos o que é enfrentar diariamente o machismo, lutar pela igualdade de gênero e contra a violência. Fico feliz de ver várias companheiras enfrentando a primeira eleição com coragem para enfrentar essas pautas.

Se eleita, qual seria seu primeiro projeto?
Comecei como vendedora de loja de biquini no Rio de Janeiro e fiz uma carreira no varejo de moda. Tive minha marca, multimarca, então vim desde vendedora até empresária. Hoje em dia, conversando com uma amiga do Sebrae, ela me disse que 99% das empresas são microempresas e minha pauta vai ser voltada para questões ligadas ao empoderamento da mulher por meio do trabalho e da educação.

Consegue dar um exemplo mais concreto?
Vou batalhar para que existam creches em tempo integral e que a lei (sobre o tema) seja cumprida de maneira adequada. Se pegarmos grandes centros, é complicada a questão de a creche ser no local de trabalho, por exemplo, porque se o deslocamento de casa para o trabalho for longo, é difícil se deslocar com essa criança.

Como atuar na Camara para diminuir desemprego do DF?
Com projetos que fomentem o empreendedorismo. Se tivermos políticas públicas que, de fato, se preocupem em subsidiar o micro e pequeno empresário, acredito que possamos gerar postos de trabalho. A cadeia produtiva de moda é a segunda maior geradora do primeiro emprego, só perde para alimentos. Muitos jovens começam no mercado como vendedor de loja, mas olham como se não fosse profissão, então essa cadeia da moda gerou, em 2012, US$ 800 bilhões em negócios e em 2015 foi mais de US$ 1 trilhão. O Brasil participa com menos de 12% disso e há amplo espaço para crescer. Um exemplo é a cooperativa de moda e trabalho que tive no Rio. Às vezes, com um curso curto de capacitação e uma máquina de costura você transforma a vida de uma mulher. É buscar subsídios e fazer o BNDES ajudar microempresas.

O PPL é um partido de viés progressista em uma coligação de partidos que tendem para o liberalismo. Como conciliar essas diferenças?
Coligamos com o nosso candidato Ibaneis, um candidato que veio do trabalhismo, fez carreira pautada no valor do trabalho, então nisso convergimos. Nas pautas neoliberais, o PPL (discorda e) acredita no Estado forte, no Estado como motor de desenvolvimento, é o nacional desenvolvetismo mesmo. Acreditamos no Estado forte, não falamos em inchado nem gordo. Temos que diferenciar isso, porque todo mundo virou contra o Estado, mas não é porque existem maus politicos que vamos demonizar o estado forte, um estado que faça pelos seus servidores.

A não realização do memorial João Goulart foi um dos pontos de partida do desembarque inicial do PDT…

A saída do João Vicente do PDT (na época que o memorial foi vetado) foi por conta de o PDT se manter na base depois de Rollemberg ter cassado o Jango pela segunda vez.

Se o Ibaneis for eleito o Memorial vai sair do papel?
Não sei. Isso não foi conversado. De forma alguma o João teria colocado uma questão pessoal em uma pauta que trata dos problemas do DF. Esse projeto surgiu lá atrás no governo Roriz e a ideia era fazer um memorial não ao João Goulart – já existe a Casa João Goulart em São Borja (RS), onde ele nasceu. Então o projeto foi ideia do professor (Oscar) Niemeyer para marcar aquele momento da ruptura da nossa história, onde houve um golpe civil-militar (em 1964, que depôs João Goulart da presidência e instituiu o regime militar). Era um tributo para os nossos jovens que não viveram o tempo tivessem a oportunidade de valorizar e entender a importancia de cultuar esses valores.

Ainda mais em vista dos tempos que se assomam…

Talvez se tivéssemos o memorial, hoje não estaríamos vivendo o que vivemos hoje, que é um atentado à nossa democracia. Candidatos querem armar os cidadãos, pregam retrocessos de direitos civis. Se os jovens tivessem tido oportunidade de ver nosso passado, não teríamos cometido os erros no presente e no futuro.

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