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Do Alto da Torre
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A força do PR

Arquivo Geral

20/11/2018 7h00

Atualizada 19/11/2018 22h08

O fracasso da candidatura de Alberto Fraga (DEM), que incorporava o rorizismo e o arrudismo, sugeriu que o PR e os ex-gestores ligados aos caciques perderiam voz na política local. Mas o governo de transição do governador eleito Ibaneis Rocha (MDB) incorporou nomes do grupo, como Weligton Moraes, Laerte Bessa (foto) e Fernando Leite, anunciado ontem como novo presidente da Companhia de Saneamento Ambiental (Caesb), e tem caminhado bem próximo do PR, especialmente de Jofran Frejat, um trunfo na área de saúde.

Mais uma vez

Fernando Leite, cujo currículo disponibilizado pela equipe de transição revela ser mineiro de Bom Despacho e pai de quatro filhos, presidirá a Caesb mais uma vez. Assumiu em 2000, durante o Governo Roriz, e continuou na curta gestão de fim de feira de Abadia. Depois, foi reconvocado para a função em 2011, sob a batuta de Arruda, e se manteve com o governador-tampão Rogério Rosso.

Cota de Filipelli

A última confirmação do dia foi a de Fauzi Nacfur Júnior, que assumirá o Departamento de Estradas de Rodagem (DER). Ele já havia desempenhado a função durante o governo Agnelo Queiroz (PT) e é ligado a Tadeu Filippelli, atual presidente regional do MDB e um dos responsáveis por Ibaneis ter se candidatado pela sigla. Assim, não apenas todos os últimos cinco governos têm representantes na transição de Ibaneis, como se comprova que os principais atores políticos da cidade neste século, Filippelli, Arruda e Roriz, deixaram fortes legados.

Cadê o PDT?

Fragmentado desde a pré-campanha, o PDT-DF dividiu apoio entre diferentes candidatos ao Governo de Brasília. O professor Reginaldo Veras, por exemplo, votou em Fátima Sousa (PSOL), enquanto Cláudio Abrantes prestou apoio de primeira hora a Ibaneis. Houve, ainda, apoio formal a Rodrigo Rollemberg (PSB). Em processo de juntar os cacos, o partido tem mantido diálogo com o governo de transição, mas por enquanto sem abocanhar qualquer participação.

Ala progressista

Esperava-se que pelo menos Abrantes tivesse alguma representatividade na nova gestão, mas, por enquanto, nada. A indicação para a pasta da Educação poderia ter sido o primeiro aceno, com a sondagem do nome de Fábio Sousa, quadro do PDT-DF, mas ele foi preterido por Rafael Parente. Apesar disso, ninguém parece muito preocupado com a ausência de indicações. O PDT transita confortavelmente pela neutralidade enquanto Ibaneis tem priorizado outro tipo de articulação.

Agora?

Brasília, 19 de novembro de 2018. Vinte um dias depois de sofrer uma derrota marcante no segundo turno, Rodrigo Rollemberg sancionou a convalidação de benefícios fiscais (Lei nº 2.063/18). Isso permite que o DF conceda os mesmos benefícios a empresas que outras unidades da Federação no Centro-Oeste já oferecem. É o que o setor produtivo de Brasília reinvindicava há anos. Aí fica a questão. Por que só agora? Teria sido um baita trunfo eleitoral.

Bom velhinho

Eleito pela primeira vez, Leandro Grass (Rede), conquistou votos prometendo mudar o status quo político. Muito se falou na campanha sobre desafiar a “velha política” – o mesmo aconteceu com outros nomes, como Júlia Lucy (Novo), sua aliada. Pois bem, ser novato não tirou a esperteza de Grass de não entrar em rota de colisão com o governador eleito sobre as nomeações feitas. Perguntado se os vários nomes ligados a governos anteriores não incomodavam, o distrital fugiu da polêmica. “Ibaneis tem autonomia para nomear quem quiser”, disse.

Técnico que importa

Grass foi além. Ele acrescentou que, independentemente da conexão política, o importante eram indicações com perfil técnico adequado para gerir as várias pastas e órgãos do Governo de Brasília. Até o momento, ninguém se declarou abertamente como oposição a Ibaneis, o que denota um período de segurar a respiração antes de os parlamentares tomarem as decisões.

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