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Brasília

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Arquivo Geral

29/08/2016 10h44

Que me perdoem as torcidas do Palmeiras e do Flamengo, respectivamente líder e vice-líder do Brasileiro após os jogos deste domingo. A partida mais importante acabou sendo, mesmo, o empate entre Sport e Internacional, na Arena Pernambuco. E sabem por quê?

Porque se o Verdão manteve a ponta, com três pontos de vantagem após bater o Fluminense em Brasília; e se o Flamengo assumiu o segundo lugar com uma boa vitória sobre a Chapecoense, no interior catarinense, nada foi tão forte quanto a entrada do Colorado na zona de rebaixamento. Isso mesmo: o Internacional, campeão brasileiro em 75, 76 e 79 (invicto), completou 14 jogos sem vencer (apenas quatro empates neste tempo todo) e ocupa agora o 17º lugar – detalhe: tem o mesmo total de pontos do Figueirense, que está em 18º, mas com um jogo a menos. Está muito ruim a situação do time gaúcho.

Ecos olímpicos

Há quem diga que a gente sai do subúrbio, mas o subúrbio não sai da gente. Com a Olimpíada é a mesma coisa. Por anos, a vida toda, eu diria, quem viu qualquer prova dos Jogos Olímpicos Rio 2016 dirá, quando vir alguma prova “lá no Rio, eu vi…”, e por aí vai.

Ainda esperando o início das Paralímpiadas, vivemos, todos nós, brasileiros, a ressaca do pós-Jogos. Sábado mesmo, com o Corinthians enfrentando a Ponte Preta no Moisés Lucarelli, deixei de lado o futebol, por alguns momentos, para ver a Diamond League de atletismo em sua etapa de Paris. E tudo porque o francês Renaud Lavillenie estava competindo no salto com vara.

Lembram dele? Não? Vou recordar… Foi o moço pouco simpático (estou educado hoje) que, na disputa olímpica contra o brasileiro Thiago Braz, fazia caras e bocas quando os rivais iam saltar e, depois, ficou de beicinho porque a torcida o vaiou quando ele se preparava para seu último salto. Ficou com a prata – e olhe lá. Disse que os torcedores brasileiros não tinham “espírito olímpico” e outras baixarias. Bobalhão. Só não levou o título de mala dos Jogos porque os nadadores americanos decidiram inventar aquela história maluco do assalto e…

Viram como os Jogos não saem da minha cabeça?

Pois bem… Parei para ver a prova da Diamond League torcendo, mesmo, contra Lavillenie. Ele estava em casa, queria mostrar para “seu povo” que fora vítima de uma injustiça no Rio. Venceu a etapa, é verdade, mas com 5,87m, superando, de novo, o norte-americano Sam Kendricks (bronze no Rio), que parou nos 5,81m – Thiago não participou. Depois, claro, sobraram alfinetadas para a torcida brasileira. Lembraram que torcemos como se estivéssemos num campo de futebol (detalhe: a etapa da Diamond League foi realizada no Stade de France, onde aconteceu a final da Copa do Mundo de 1998), que não temos espírito esportivo e outras baboseiras.

Levou, monsieur Lavillenie, mas o ouro olímpico ficou por aqui mesmo. Se Paris conseguir ser indicada para receber os Jogos de 2024 (a escolha acontecerá em setembro do ano que vem), pode ser que consiga a forra. Até lá, tente superar o brazuca. Nesta quinta-feira terá chance, porque Thiago Braz vai competir na etapa da Diamond League na Suíça – Lavillenie também estará. Para que os leitores percebam a importância da vitória do brasileiro no Rio, a própria Federação Internacional de Atletismo está tratando o primeiro duelo pós-Olímpico entre os dois como “um acerto de contas”. Lavillenie já faturou a Diamond League seis vezes. Vamos ver se vai chorar no pódio de novo.

Vacilos

Seja na parte de cima, seja na parte de baixo, os vacilos estão marcando este Brasileiro da Série A – por isso, e pelas inúmeras alternativas de classificação, este colunista já o apelidou de Gangorrão. No sábado foi o Corinthians. Perder para a Ponte Preta não é demérito algum, mas a derrota, como aconteceu… Não se viu a menor disposição por parte dos jogadores do Timão. Ontem, já de manhã, foi a vez de o Santos dar sua parcela de contribuição para a lista de vacilos da temporada.

Dos primeiros colocados, o jogo do time da Vila Belmiro era, teoricamente, o mais fácil. Eu mesmo escrevi isso ontem. Dentro de casa, com o apoio da galera e enfrentando um time que está brigando para fugir do rebaixamento… Só que, talvez, quem sabe, vamos admitir, a despedida de Gabigol (está indo para a Internazionale de Milão) parece ter mexido com o time. O Figueirense, que não tem nada com isso, foi lá e ganhou. De 1 a 0, só, magrinho, mas resultado que foi suficiente para a equipe catarinense mostrar que está, realmente, em alta – Rafael Moura, que marcara três vezes contra o Flamengo, pela Copa Sul-Americana, quarta-feira, voltou a marcar.

Quem continua vacilando, feio, é o Santa Cruz. Depois de um início empolgante, quando chegou até a liderar o Brasileiro, o Santinha há tempos não sai da zona de rebaixamento. Ontem, em Belo Horizonte, contra o Cruzeiro sedento por pontos, o resultado não poderia ser outro: vitória da Raposa que, com o resultado, deu até uma respiradinha com relação à ameaça do Z-4. Ontem, pelo menos, o Cruzeiro não vacilou, para alegria de sua torcida.

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