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Trauma aumenta risco de infarto

Arquivo Geral

10/03/2004 0h00

Pessoas que sofrem de estresse pós-traumático têm mais chances de desenvolver doenças cardíacas, afirma um novo estudo. Aqueles que passam por traumas têm uma probabilidade até seis vezes maior de sofrer um infarto, segundo pesquisa da New York Academy of Medicine (Academia de Medicina de Nova York), dos Estados Unidos.

O médico Joseph Boscarino avaliou 12 estudos envolvendo 50 mil pessoas expostas a desastres urbanos, guerra, maus-tratos na infância e abuso sexual. Os riscos de infarto seriam ainda mais altos entre as pessoas que, além do trauma, sofrem de ansiedade e depressão.

Boscarino utilizou um estudo com veteranos da Guerra do Vietnã para ilustrar suas descobertas. Naquela pesquisa, 2.490 homens haviam sido examinados 17 anos após a experiência de combate. O levantamento mostrou que 54 ex-combatentes sofriam de estresse pós-traumático, enquanto 30 homens apresentavam sinais de que já haviam sofrido algum tipo de ataque do coração.

Eles identificaram esses sinais a partir de estudos dos eletrocardiogramas das pessoas examinadas para a pesquisa. Boscarino descobriu que 7% dos homens diagnosticados com sintomas do estresse pós-traumático tiveram ataque cardíaco, contra apenas 1% entre os que não tinham o estresse.

CigarroO médico levou também em consideração outros fatores como estilo de vida, consumo de cigarro e álcool e condição econômica. Jim Bolton, psiquiatra do do hospital St Helier, em Londres, na Inglaterra, afirmou que o estudo “faz sentido”.

“Em geral, costumamos achar que essas coisas estão todas na mente. Mas os efeitos psicológicos podem ter efeitos muito significativos no corpo”, afirmou. Bolton contou que depressão e ansiedade são comuns entre pessoas com estresse pós-traumático. “Ansiedade e depressão têm um efeito no ritmo cardíaco, podem deixar o coração mais vulnerável a batidas irregulares. Podem também aumentar o risco de coagulação do sangue”, disse ele.

A associação entre depressão e infarto é conhecida há tempos. Pacientes se recuperando de infarto são vulneráveis a depressão e aqueles que a desenvolvem possuem um prognóstico pior. A grande questão que surgiu nesses estudos é se a depressão funcionava como um complicador tardio do processo patológico ou se era em si um fator de risco, potencialmente modificavel, para doença coronariana.

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    10/03/2004 0h00

    Pessoas que sofrem de estresse pós-traumático têm mais chances de desenvolver doenças cardíacas, afirma um novo estudo. Aqueles que passam por traumas têm uma probabilidade até seis vezes maior de sofrer um infarto, segundo pesquisa da New York Academy of Medicine (Academia de Medicina de Nova York), dos Estados Unidos.

    O médico Joseph Boscarino avaliou 12 estudos envolvendo 50 mil pessoas expostas a desastres urbanos, guerra, maus-tratos na infância e abuso sexual. Os riscos de infarto seriam ainda mais altos entre as pessoas que, além do trauma, sofrem de ansiedade e depressão.

    Boscarino utilizou um estudo com veteranos da Guerra do Vietnã para ilustrar suas descobertas. Naquela pesquisa, 2.490 homens haviam sido examinados 17 anos após a experiência de combate. O levantamento mostrou que 54 ex-combatentes sofriam de estresse pós-traumático, enquanto 30 homens apresentavam sinais de que já haviam sofrido algum tipo de ataque do coração.

    Eles identificaram esses sinais a partir de estudos dos eletrocardiogramas das pessoas examinadas para a pesquisa. Boscarino descobriu que 7% dos homens diagnosticados com sintomas do estresse pós-traumático tiveram ataque cardíaco, contra apenas 1% entre os que não tinham o estresse.

    CigarroO médico levou também em consideração outros fatores como estilo de vida, consumo de cigarro e álcool e condição econômica. Jim Bolton, psiquiatra do do hospital St Helier, em Londres, na Inglaterra, afirmou que o estudo “faz sentido”.

    “Em geral, costumamos achar que essas coisas estão todas na mente. Mas os efeitos psicológicos podem ter efeitos muito significativos no corpo”, afirmou. Bolton contou que depressão e ansiedade são comuns entre pessoas com estresse pós-traumático. “Ansiedade e depressão têm um efeito no ritmo cardíaco, podem deixar o coração mais vulnerável a batidas irregulares. Podem também aumentar o risco de coagulação do sangue”, disse ele.

    A associação entre depressão e infarto é conhecida há tempos. Pacientes se recuperando de infarto são vulneráveis a depressão e aqueles que a desenvolvem possuem um prognóstico pior. A grande questão que surgiu nesses estudos é se a depressão funcionava como um complicador tardio do processo patológico ou se era em si um fator de risco, potencialmente modificavel, para doença coronariana.

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