Nascido em Brasília, o ator Bernardo Felinto, 31 anos, já conta com 15 anos de carreira nas artes cênicas. Com trabalhos nos palcos, na televisão, nas salas de aula e na internet, o artista é um dos poucos a fazer sucesso dentro e fora de Brasília. Confira a entrevista exclusiva sobre a carreira do brasiliense:
Como começou seu interesse pelo teatro?
Quando eu tinha 15 anos, era muito tímido e duro, queria fazer algo diferente e que ajudasse, então entrei em curso que havia no Teatro dos Bancários. Desde que comecei, não parei mais, soube no primeiro momento que era isso que eu queria fazer da vida.
E como foi sua trajetória profissional?
Aos 17, fui aprovado em Artes Cênicas no vestibular da Universidade de Brasília (UnB) e fiz algumas peças publicitárias. Fui um dos fundadores do grupo de comédia De 4 É Melhor, que durou oito anos. Acabei deixando a companhia para ir morar no Rio de Janeiro e gravar a novela Joia Rara da Rede Globo e também fazer um papel em Malhação. Atualmente, tenho um canal no Youtube, chamado Um Minuto, que fala sobre relacionamentos e tem 170 mil inscritos, sendo o maior canal de humor do centro-oeste. Também estou em cartaz com a peça “Tudo sobre nossa Vida Sexual”.
Como foi o início do grupo ‘De 4 É Melhor’?
Foi bem complicado. A gente se apresentava em casas menores como o Sesc Garagem
porque as pessoas não conheciam gente. Com o tempo, fomos criando repertório e chamando mais atenção. Os quatro últimos anos foram muito bons e o público era ótimo, ajudou a cativar as pessoas que hoje vão aos meus espetáculos. O grupo acabou porque os integrantes se envolveram em projetos próprios.
É difícil conseguir visibilidade em Brasília?
Sim, é difícil. Faço teatro há 15 anos e demorou muito pra conquistar o público. Foi graças a alguns veículos de massa, como o Youtube e a Globo, que consegui a audiência, algo difícil de alcançar nos palcos. Ficar com o teatro em Brasília te dá um respaldo regional, mas para ganhar notoriedade é preciso buscar algo com abrangência nacional ou partir para a internet, que abre muitas portas para se tornar um artista conhecido.
Qual é o momento mais memorável da sua carreira?
Foi quando assinei meu primeiro contrato com a Globo, para trabalhar na novela Joia Rara. Eu já tinha feito mais de 20 participações especiais na emissora, então foi muito importante para mim porque era algo que eu estava batalhando para conseguir. Fazia teste atrás de teste, até que consegui.
É diferente atuar para a TV, pro teatro e para vídeos do Youtube?
Sim, são linguagens completamente diferentes. O teatro é a cara do ator, é a arte dele ali. Você consegue ver se é ou não é ator porque é onde ele realmente é exigido. Cinema, tv e internet são artes controladas pela edição, direção e pelo som. É um trabalho mais do diretor. Eu gosto mais do teatro, me sinto em casa e tenho mais experiência.
Como é dar aulas de teatro? Te ajuda no processo criativo?
Eu gosto muito. Dou aula há seis anos e tenho três turmas. Aprendo muito com o ritmo novo que os alunos proporcionam. Os alunos chegam cheios de gás e sonhos e isso me alimenta, é um combustível a mais. É muito legal.
Qual é o segredo para que o ator consiga se destacar no mercado?
Ser artista no Brasil não é uma coisa que a gente segue através de um modelo de como ser bem sucedido, não tem essa cartilha. Perseverança é um pré-requisito porque as coisas não vão vir de mão beijada. Ter foco e trabalhar bastante também são importantes. Estar no lugar certo e na hora certa também. Procurar sempre se aperfeiçoar, trabalhar com profissionais e áreas diferentes e desenvolver uma boa rede de contatos.
Quais são seus projetos futuros?
Atualmente, estou em cartaz em Brasília com a peça “Tudo sobre nossa sexual”, que deve ter apresentações até agosto. Temos planos de levá-la para o Rio de Janeiro. Também acabamos de gravar o DVD do espetáculo, que até julho deve estar disponível. E estamos escrevendo uma peça nova, sem nome definido, que deve estrear em setembro.
*Fotos de Danilo da Mota
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