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Cinema com ela
Cinema com ela

Receita para ganhar Oscar de atuação: imite alguém muito famoso

Arquivo Geral

23/02/2018 20h13

Gary Oldman como Winston Churchill

Em alguns termos mais práticos, atuação significa representar uma pessoa ou dar vida a um personagem. A contagem regressiva está encurtando e em menos de um mês, saberemos os grandes vencedores do troféu mais cobiçado de Hollywood, o Oscar.

Nos últimos anos, as personificações mais premiadas foram aquelas em que o ator se submete a se tornar uma pessoa existente, e este ano não está sendo atípico. Um exemplo é o subestimado Gary Oldman que interpreta Winston Churchill com tanta intensidade e complexidade que o troféu do ator parece certeiro. Não por menos, pois o veterano encarna de corpo, alma e até mesmo voz.

Outros exemplos

Meryl Streep conquistou seu terceiro Oscar com o filme A Dama de Ferro, película em que a atriz dá vida à Margaret Thatcher. O processo de transformação foi tão monstruoso que Streep jamais sairia do Kodak Theather de mãos vazias no dia da premiação. Postura, maquiagem e sotaque, pois Streep é norte-americana. Quase o mesmo método usado por Oldman. Daniel Day Lewis, também encarou um papel governamental, com o filme Lincoln, de Steven Spielberg, onde abocanhou seu terceiro troféu.

Mas aqui questiono: existe legitimidade de atuação nessas interpretações? Durante uma entrevista para E! Online, Natalie Portman destacou que nunca teve qualquer identificação física com Jacqueline Kennedy, mas que tentou entender as facetas da ex-primeira dama sem se preocupar com a aparência no filme Jackie (2017). "Acho que tudo muda quando a equipe ajusta os detalhes físicos com a maquiagem e figurino, o que ajuda a sentir e transformar-se na pessoa. Mas o que conta é entender quem Jackie foi e representou para a América", explica.

O ator brasiliense, Lucas Lima, que está com a peça Apartamento 403 em cartaz até o dia 25 de fevereiro no Teatro Sesc Garagem (913 Sul), conta que essa vertente de atuação é vantajosa e ao mesmo tempo preocupante. "Acredito que seja algo complexo, pois não se trata apenas de estudar e criar um personagem, mas tentar entender o que aquela pessoa foi para o mundo", explica o ator.

Lucas ainda acredita que passar a essência desta personalidade é muito mais profundo do que apenas imitar. Nessa linha tênue entre imitar e representar as nuances intrínsecas da pessoa, a legitimidade da atuação existe quando o ator consegue transparecer a personalidade do indivíduo.

Tentaram, mas falharam

Nem sempre a fórmula faz sucesso. Em 2013, Naomi Watts tentou encarnar a princesa Diana, dirigido por Oliver Hirschbiegel (A Queda! As Últimas Horas de Hitler), o qual foi massacrado pela crítica pelo fato do roteiro não conseguir transmitir quem Diana foi devido à insuficiência de narrativa. Nem o talento de Watts salvou.

A intepretação de Lindsay Lohan como Elizabeth Taylor, antes do lançamento do filme Liz & Dick, foi apontada como a grande aposta de ressurgimento da estrela. Mas a tentativa somente afundou o que parecia ser impossível de piorar. O mesmo pode ser dito de Ashton Kutcher como Steve Jobs no filme Jobs (2013). Apesar da aparência do ator, faltaram esforços tanto do roteirista quanto do ator (que carece de habilidades como ator).

Será que ainda dá certo?

Além de Gary Oldman como Churchill, Tom Hanks e Meryl Streep (de novo) interpretam Katharine Graham e Ben Bradlee, respectivamente no filme The Post – A Guerra Secreta, onde os veteranos trabalham como editores do jornal The Washington Post. Ainda temos a indicadas Margot Robbie no filme Eu, Tonya em que Robbie interpreta a patinadora Tonya Harding ao lado de Allison Janney como sua mãe, LaVona Harding.

De acordo com as premiações que antecedem o Oscar, para todas essas tentativas, pelo menos para Oldman, essa receita (legítima ou não) ainda dá muito certo.

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