É como se estivesse escrito nas estrelas. Frances McDormand faz um discurso belíssimo empoderando as mulheres de Hollywood. O ato aconteceu na cerimônia do Oscar ao receber seu segundo troféu como Melhor Atriz pelo filme Três Anúncios para um Crime.
Na mesma semana, no dia 8 de março, comemora-se o Dia Internacional da Mulher. Data que enfatiza o contexto feminino no cinema americano, ainda mais com uma oratória tão impactante. Por isso, para celebrar o mês da mulher, separei aqui uma lista de seis melhores diretoras na ativa do cinema atual:
5 – Sofia Coppola
Ela é a prova de que talento é algo genético. Filha do diretor Francis Ford Coppolla, Sofia ganhou mais notoriedade – pois já tinha conseguido atenção por Virgens Suicidas – com sua indicação ao Oscar de Melhor Diretora pelo filme Encontros e Desencontros. Sempre apostando em protagonistas femininos onde a espinha dorsal é o questionamento pessoal, Sofia não pretende parar tão cedo.
Seu título mais recente foi destaque no Festival de Cannes do último ano, Estranho que Amamos, mostrou que o domínio feminino nas telonas está apenas começando.
4 – Patty Jenkins
A diretora já tinha uma vasta experiência com personagens femininos como, por exemplo, o sombrio Monster – Desejo de Matar, filme dirigido por Jenkins que fez Charlize Theron ganhar seu primeiro Oscar por interpretar a serial killer Aileen Wuornos. O mais interessante deste drama é a abordagem da diretora com o personagem. Jenkins mostra com seu roteiro – escrito em 7 semanas – que a maldade humana não é tão maniqueísta e romântica quanto já retratada em Hollywood. Característica que desperta certa empatia pelo personagem de Theron. Seu filme mais recente foi o sucesso estrondoso Mulher-Maravilha, estrelado por Gal Gadot. Dirigido por uma mulher e protagonizado por outras mulheres, nem é preciso dizer o quão revolucionário o longa-metragem da super-heroína é, né?
3 – Jane Campion
Holly Hunter, sentada em um piano, tocando em uma praia nublada e inóspita. Este é o cenário emblemático de O Piano, drama de época que rendeu a Hunter seu Oscar de Melhor Atriz e também o troféu de Melhor Roteiro Original para Campion. Toda a sensibilidade gerada pelo instrumento musical é alegoricamente interpretado por Hunter em um argumento que mostra o tamanho da complexidade e delicadeza feminina. Apesar não conseguir a mesma relevância que merece, Campion trabalhou recentemente com Elisabeth Moss (The Handmaid’s Tale) no seriado Top of the Lake.
2 – Greta Gerwig
Greta já era destaque em produções independentes como Frances Ha e Mistress America, filmes em que não apenas estrelou, como também roteirizou ao lado do seu marido Noah Baumbach. Apesar do talento irrefutável da atriz como roteirista, Greta chamou atenção pela sua comédia coming-of-age Lady Bird – Hora de Voar. Película em que ganhou o Globo de Ouro de Melhor Filme Comédia/Musical. Além disso, a diretora conquistou a indicação de Melhor Diretora e Melhor Roteiro Original no Oscar este ano. Mostrando sua habilidade desde 2010, não há dúvida que a estrela ainda tem um estoque imenso de ideias para o universo feminino.
1 – Kathryn Bigelow
Kathryn Bigelow deixou espectadores e cinéfilos chocados (seu ex-marido James Cameron ainda mais pois ambos disputavam o prêmio de Melhor Diretor) no Oscar 2010 por vencer a categoria de Melhor Diretora e Melhor Filme pelo longa-metragem Guerra Ao Terror. E não é de hoje que a cineasta mostra sua apreciação pela sétima arte. Famosa pelos hits alternativos – hoje considerados cults – como Point Break e Strange Days, Bigelow só teve sua relevância elevada (e merecida) após conseguir manter o padrão filosófico de seus filmes como os recentes A Hora Mais Escura (título sobre a captura do terrorista Osama Bin Laden, onde conseguiu muitos comentários polêmicos devido ao teor realista das torturas americanas) e o subestimado pela Academia de Ciências e Artes Cinematográficas, o longa-metragem Detroit.
