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Sem Firula

Acabou?

Arquivo Geral

25/11/2016 9h00

Atualizada 24/11/2016 12h00

Não, não acabou não.

A Copa do Brasil ainda não está decidida. É claro que não vou entrar no exagero humilde de Renato Gaúcho e dos torcedores, mas é a velha história: se o Grêmio conseguiu em Belo Horizonte, por que o Atlético Mineiro não pode conseguir em Porto Alegre? Mesmo assim, por mais pessimista que possa ser o torcedor gremista, fica difícil não admitir que o grito de “campeão” não esteja prontinho para ser dado depois do 3 a 1 da noite de quarta-feira no Mineirão.

Claro que poder perder a partida de volta por até um gol de diferença promete uma tranquilidade enorme para o Grêmio. Por isso, com sinceridade, não sei se é saudável poupar todo o time (incluindo o treinador, vejam só) no próximo jogo do Brasileiro, contra o Santa Cruz. Até para deixar o clima de “já ganhou” de lado um pouquinho seria conveniente pegar a equipe e viajar. Mas Renato, que quando chegou ao Grêmio afirmou que seu objetivo principal era ganhar a Copa do Brasil, deve saber o que está fazendo.

Como soube no jogo de ida contra o Galo. Apesar de não ter apresentado um futebol que deixasse registros na história, o Grêmio fez muito bem a sua parte. Dominou a partida e de nada adianta Marcelo Oliveira assumir a culpa pelo resultado. Menos mal que o Atlético Mineiro já está na Libertadores (na pré-pré, é verdade, mas está), caso contrário os problemas seriam ainda maiores – acho muito difícil, confirmada a perda da Copa do Brasil, que o técnico da equipe mineira permaneça no cargo na próxima temporada.

Falando francamente, tudo o que o Atlético Mineiro fez neste 2016 é pouco para o time que possui – e para os gastos que fez. Se falarmos apenas do ataque, com Robinho, Fred (que não pode jogar na Copa do Brasil porque já havia atuado pelo Fluminense) e Pratto, vemos como faltou alguma coisa para o Galo este ano. Agora, é partir para o tudo ou nada em Porto Alegre, arriscando-se a levar uma goleada e piorando a situação. Claro que os desfalques atrapalharam o Galo, mas o que matou mesmo o time foi o terceiro gol, no último minuto de jogo. Mais do que ampliar a vantagem gremista, aquele terceiro gol foi o soco inesperado que a galera não contava, para poder jogar tudo na volta. Não acabou, não, mas está muito difícil até para sonhar.

Pura emoção

Levar uma equipe à final é sempre uma emoção. Qualquer equipe, a qualquer final. Com a Chapecoense não seria diferente. O colunista poderia usar o adjetivo “modesta”, que já viu e ouviu tanta gente falar, mas não. Neste momento a Chape não é modesta, pelo contrário, é gigante. A Chapecoense, do Oeste de Santa Catarina, garantiu, na noite desta quarta-feira, sua presença na final da Copa Sul-Americana, para delírio dos torcedores que lotaram a Arena Condá. O resultado, um 0 a 0 contra o San Lorenzo de Almagro (há pouco tempo campeão da Libertadores e, vejam a curiosidade, o time do Papa Francisco), foi garantido com uma defesa milagrosa no último minuto da partida – na ida, em Buenos Aires, o jogo terminara 0 a 0, daí a vantagem do empate sem gols favorecer a Chape.

Agora, a nem um pouco modesta Chapecoense espera o vencedor do jogo de ontem à noite entre Atlético Nacional (da Colômbia) e Cerro Porteño (do Paraguai) para saber seu rival na final. Sabe que o segundo jogo será no Brasil, mas não sabe onde. Pelo regulamento da Conmebol as finais precisam ser jogadas em estádios para pelo menos 40 mil torcedores – e Santa Catarina não tem um estádio com esta capacidade. Ou seja: não só não será na sua Chapecó, mas nem na santa e bela Catarina que a Chape jogará a partida mais importante de sua história. Já há ofertas de Porto Alegre e de Curitiba – cidade favorita do treinador Caio Júnior, que é de lá. Como a Chapecoense não deve ser modesta eu daria uma sugestão: faça como o Santos dos anos 60 (sem qualquer comparação, ok?) e decida o título no Maracanã.
Seria histórico e mais uma emoção para a galera. E o Brasil inteiro, com certeza, estaria torcendo para a equipe.

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