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Aniversário de Brasília

Novos candangos: como os jovens brasilienses constroem o futuro de Brasília

Arquivo Geral

21/04/2018 8h00

Atualizada 20/04/2018 19h21

Rodrigo Resende e Guilherme Teixiera (Foto: Myke Sena)

Rafaella Panceri
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Educação, reflexão, mudança de hábitos e orgulho de ser brasiliense. Estes são os presentes que Brasília merece ganhar neste 58º aniversário, na opinião de seis jovens do Distrito Federal. A juventude vê a cidade de maneira positiva, mas gosta de pensar em uma Brasília diferente no futuro. Como aniversário é tempo de amadurecimento, eles apontam caminhos possíveis para uma cidade melhor.

“Queremos acabar com a ideia de que Brasília é só política e que todo mundo que mora aqui é corrupto”, estimula Guilherme de Assis Teixeira, fotógrafo, 32 anos. Para ele, ser brasiliense é motivo de orgulho.

O fotógrafo e videomaker Rodrigo Coutinho, 28, compartilha da mesma ideia: “Somos todos candangos porque construímos a cidade no dia a dia. Ela foi montada no passado, mas segue em construção”, destaca. Os dois fazem parte de um coletivo, o Lab61. O grupo de 12 pessoas reúne apaixonados por Brasília que gostam de fazer intervenções urbanas e projetos ligados a arte.

#OrgulhoCandango

Em 2018, o presente do coletivo para Brasília é o projeto Orgulho Candango. Os rapazes começaram a publicar sete vídeos curtos, com histórias típicas da cidade. “O tipo de coisa que você escuta e comenta: só em Brasília mesmo”, explica Guilherme Teixeira.

Rodrigo Resende e Guilherme Teixiera (Foto: Myke Sena)

A intenção é despertar nas pessoas o orgulho de ser local. “Tem gente tentou entrar de carro no pilotis porque se perdeu, gente fascinada com o frio na barriga quando passou por debaixo do Eixão”, conta Teixeira. “A ideia é que o projeto se estenda e não morra no dia 21 de abril”, salienta Coutinho.

Quem quiser participar contando uma história deve publicar um vídeo selfie com a hashtag #OrgulhoCandango ou enviar o conteúdo para a conta do Instagram @orgulhocandango, onde o material será publicado.

Para os dois amigos, não faltam motivos para enaltecer a cidade. “Ao perguntar às pessoas o que gera orgulho de ser candango, tive de lembrá-las da Brasília fora da política. É uma cidade linda, ampla. Parece que tem um diretor escolhendo como vai ser o céu e a luz todo dia. Viver aqui é muito especial”, compartilha Guilherme.

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Novos caminhos na política

Para o estudante universitário Kalebe Pimentel, de 21 anos, Brasília transpira política e isso é um fato positivo, que não deve ser ignorado. “Nós vivemos em uma cidade política e a população precisa tomar consciência disso. O brasiliense precisa entender que a mudança está nas mãos dele. Nós temos o direito de mudar. E a mudança acontece da gente para o Parlamento”, sugere.

Kalebe Pimentel (Foto: Breno Esaki)

O amor pela capital, portanto, é sinônimo de cobrança e denúncia para o estudante morador da Colônia Agrícola Samambaia. Essa área de Vicente Pires tem problemas representativos e comuns a todo o DF. “Aqui, a renda chega e não é empregada. Eu sou a pessoa que vai lá perguntar o porquê”, exemplifica. “A gente vê a saúde sendo sucateada, transporte público cada vez mais precário, educação sem didática, falta de estrutura e de urbanização”, lamenta.

Neste 58º aniversário, Brasília precisa pensar. “Se essa cidade fosse uma pessoa e estivesse fazendo aniversário, eu diria uma palavra: reflita. Uma reflexão madura pode mudar o presente e o futuro do DF”, esclarece. O desejo de Kalebe é que, nos próximos anos, haja mais cidadania entre a juventude. “Em 2018, creio a essa situação política do País provocou nos jovens o entendimento de que, se eles não participarem do processo, os rostos vão mudar, mas a situação continuará a mesma”, sugere.

 

 

 

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